sábado, 16 de outubro de 2010

CÍRIOS A Nª SRª DOS REMÉDIOS

16 E 17 DE OUTUBRO DE 2010
Tendo em conta a tradição, a imagem de Nª SRª dos Remédios terá aparecido na mesma altura em que foi encontrada a da Nª Senhora da Nazaré, por volta do ano 1179. Após a invasão do território pelos árabes em 715, os cristãos da Atouguia da Baleia e imediações veneravam numa pequena ermida uma imagem da Virgem Maria. Receosos dos insultos e da profanação das sucessivas vagas de sarracenos que iam tomando e pilhando a região, resolveram aqueles cristãos esconder a imagem venerada num dos antros cavernosos da então ilha de Peniche. Foi já nos finais do século XII que um salteador encontrou nessa mesma caverna uma pequena imagem de Nossa Senhora, com cerca de trinta e três centímetros, representando a Virgem Mãe com o Menino Jesus nos braços. O homem terá narrado a descoberta a umas crianças que ali se entretinham a apanhar conchas. Estas, logo se encarregaram de espalhar tão untusiasmante notícia e em pouco tempo o povo acorreu em grande número para apreciar tão notável achado. Dando devido acolhimento à Virgem, os fiéis levaram-na triunfalmente até à igreja de S. Vicente, na época existente em Peniche de Cima, nas imediações da actual Igreja Matriz de Nª Srª da Ajuda. No entanto, no dia seguinte, foram encontrar novamente a pequena imagem da Virgem Maria na Gruta onde havia sido encontrada pelo salteador. Compreendeu então o povo que era ali que a Senhora queria permanecer. Sendo aí venerada, puseram-lhe velas acesas e desfazendo as arestas mais salientes da gruta aí construíram um altar, colocando a imagem da Senhora no mesmo lugar onde havia aparecido. A notícia destes acontecimentos espalhou-se rápidamente pelas redondezas e o povo logo começou a acorrer com os seus votos, esmolas e ofertas, conseguindo assim, edificar uma ermida junto à gruta. Crescendo a devoção a esta imagem que passou a ser designada de Nª Srª dos Remédios, decidiu o povo construir-lhe uma mais vasta capela ficando a primitiva a servir de capela-mor. Esta nova construção que será dos séculos XV ou XVI, proporcionou um amplo espaço para o crescente número de peregrinos que ali acorriam e que estabeleceram o hábito de ali peregrinar sob a forma de Círios.
A tradição mantém-se.
O Santuário fica localizado na periferia da península de Peniche, na estrada do farol do Cabo Carvoeiro. Tem especial encanto a capela imbuída da devoção do povo do mar e dos concelhos limítrofes. O santuário congrega muitos devotos que, em círios organizados durante o verão, aí se deslocam, em resgate de promessas conseguidas ou imploradas, sendo a romagem mais importante no terceiro fim de semana de Outubro. A capela é revestida com azulejos azuis e brancos seiscentistas da autoria de António de Oliveira Bernardes, historiando a vida da Padroeira e um painel com o Calvário. Com data do século XVIII e representando cenas da Paixão de Cristo. A imagem de Nossa Senhora situa-se na sua capela-mor e a imagem de Cristo situada na Capelinha do Senhor Morto. Este imóvel está classificado como Imóvel de Interesse Público.

Fonte:lifecooler.pt


Paulo Gonçalves

5 comentários:

  1. Um magnifico e maravilhoso trabalho histórico.

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  2. A linda tradição dos Círios.

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  3. Ambrósia Faustina16/10/10, 19:29

    Que belo trabalho!

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  4. Maria Parracha16/10/10, 19:30

    Sim senhor este Blogue tem coisas magnificas.

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  5. É hoje. Festa histórica.

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