terça-feira, 24 de maio de 2016

CAMINHO VERDADE E VIDA (4ª SÉRIE)

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Para Nós

Penso muitas vezes, Senhor!
Num mundo em que cada um saiba viver em respeito!
Pelo próximo, por si mesmo.
Que cada um saiba viver em amor!
Ao próximo, a si mesmo.
Que cada um valorize a liberdade!
A do próximo e a sua.
Que a linha da sua vida não seja pisar a linha da vida do outro.
Que a sua prosperidade não seja à custa de alguém.
Que cada vida se construa em conjunto.
Que cada um saiba valorizar, construir e oferecer.
Que a família seja o sustentáculo de si mesmo…E que nela estejam contidos os ensinamentos do filho de Deus, a luz que combate as trevas e se leva ao mundo.
Que nada se perca, que tudo se construa e transforme.
Que a tua conversão seja um novo caminho.
Tu tens tudo para dar, por isso não percas tempo.
Voa, voa com o vento!
                                                                                


       Paulo Gonçalves 

domingo, 22 de maio de 2016

MONUMENTAL BELEZA DE PENICHE


RECORDANDO...


Lembro com muita saudade, os momentos da minha infância. As brincadeiras, os sonhos e os locais. Habitei num local que se apelidava e ainda hoje assim se apelida de “Alto da Boneca”. Vivi aí numa altura em que a maioria do espaço, envolvente á minha casa, era constituída por fazendas e amplos campos que se cobriam de flores campestres. No verão, estendia-se para sul e para norte, um manto vermelho que era formado pelas Papoilas. No Inverno esta cor era substituída pelo amarelo das flores Vinagreiras, cujos troncos, eu gostava de mastigar para sentir o seu sabor amargo. Os suaves aromas que permaneciam no ar, ainda hoje estão gravados na minha memória. Lembro que brincava às escondidas e que corria por ali juntamente com os meus amigos. Sensação de grande liberdade e de que o mundo era meu, era o que eu sentia nestes momentos de Sábados que me traziam grande felicidade e leveza, esta leveza, da qual, tenho tanta saudade.

Paulo Gonçalves 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

CAMINHO VERDADE E VIDA (4ª SÉRIE)

29

“Mês de Maria”
Como ficamos nós perante o exemplo de Maria?
Maria disse sim de coração completamente aberto ao projeto de Deus e quanto questionada pelo anjo simplesmente aceitou dizendo; “Eis a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a tua palavra”. Como é maravilhosa esta aceitação sem reservas. Como serve de exemplo para mim e para todos nós.
Ajuda-nos Maria a aceitarmos, tal como tu aceitaste. Intercede junto do teu filho, Jesus, para que o nosso coração se abra à tua palavra e a saibamos acolher nos nossos corações. Só assim poderemos experimentar um pouquinho do céu e experimentar também a nossa ressurreição em plena vida terrena.


Paulo Gonçalves

segunda-feira, 16 de maio de 2016

E POR FALAR...

Na vida, vamos adicionando momentos e vivências. Com o avançar da idade, acumulamos várias recordações. Penosos se tornam, os lugares onde antes nos sentimos felizes. Outrora, doces sabores transformados agora em amargura. 
Tudo muda! Hoje poderemos encontrar escombros onde antes se erguiam casas. Velharias onde reinava a jovialidade arquitetônica e desolação onde existia vida. Será mesmo assim? Será saudade ou será a nossa perspectiva versus sensibilidade, de sentir e ver o mundo, que muda?


Paulo Gonçalves

quinta-feira, 12 de maio de 2016

ERAM TRÊS PASTORINHOS

Sentava-me eu, muitas vezes, nos meus tempos de infância, no humilde sofá daquela digna sala pertença da minha casa, a ver televisão. As imagens que nos chegavam eram de apenas duas cores e nem sempre a televisão abria as suas emissões durante o dia. A economia do país e a sua evolução tecnológica, a mais não permitia. Quando se ligava a televisão em pleno dia já sentíamos que algo de especial acontecia no país. Esta situação acontecia nos dias 13 de Maio e 13 de Outubro aquando das transmissões das peregrinações. Ali estava eu a assistir, juntamente com a minha mãe e recordo que me emocionava sem perceber muito bem porquê. Lembro também que questionava a minha mãe acerca de muitos espetos que aguçavam a minha curiosidade em relação ao que se estava a passar em Fátima. E foi assim num desses dias.
Tinha acabado de tomar o pequeno-almoço e sabia que a transmissão em direto de Fátima ia acontecer, por esse motivo, apressadamente, dirigi-me para a sala. A minha mãe seguiu-me as pisadas. Pouco depois de ter ligado a televisão a transmissão em direto começou.
- Mãe por que motivo isto dá na televisão? – Questionei.
- Olha filho isto dá na televisão porque em Fátima, apareceu a Nossa Senhora.
- Apareceu?
- Sim apareceu.
- Mãe, porque é que a Nossa Senhora apareceu?
- Porque trazia uma mensagem de Nosso Senhor.
- Que mensagem era essa?
- Era uma mensagem que os homens deveriam cumprir.
- E porquê?
- Porque era uma mensagem de amor.
Aquela explicação não me deixou completamente esclarecido e por isso voltei a interrogar a minha mãe que denotava já, algum cansaço por permanentemente lhe desviar a atenção acerca do que se passava na televisão.
- E a Nossa Senhora comunicou a mensagem a quem?
- A três meninos muito pobrezinhos.
- Quem eram?
- Eram três pastorinhos!
- E só eles é que viram a Nossa Senhora?
- Sim, mas no último dia das aparições houve um milagre testemunhado pelas pessoas que estavam em Fátima. Por isso eles celebram sempre os dias em que Nossa Senhora Apareceu.
Aquelas explicações e a emoção que sentia ao assistir a estas celebrações aguçavam ainda mais a minha curiosidade em relação às aparições de Fátima. Hoje percebo de uma forma mais aprofundada tudo o que se passou e concretizou historicamente, facto que lhes dá outro sentido e entendimento. A mensagem da qual Nossa Senhora era portadora era de facto, de amor e continua atual, sendo digna da sua celebração, prova viva da sua importância para toda a humanidade. Nossa Senhora porta do céu, porta do amor e que por isso mesmo nos conduz a Nosso Senhor.
Tal como o Natal, a Páscoa, as Festas em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, também Fátima, mexeu muito comigo e ajudou, através do fenómeno, da mensagem e da sua concretização em termos históricos, a fortificar e solidificar a fé e confiança que deposito nesse meu senhor, gerador da minha existência e eterno amigo que é Jesus Cristo.


Paulo Gonçalves

sábado, 7 de maio de 2016

EUTANÁSIA


Olhava constantemente para as janelas daquele quarto de hospital. A chuva insistentemente batia contra os vidros não lhe trazendo respostas. A dor continuava a dilacerar-lhe a alma. Já passara um Mês desde aquele fatídico dia em que seu filho sofrera um trágico acidente que lhe roubara tudo. Olhava para o seu filho que permanecia estático e ligado àquela maldita maquina que o mantinha vivo. As lágrimas teimavam em rolar-lhe no rosto. Tudo se desmoronara. Também tinha perdido a mulher e a vida revestia-se de uma dureza impar.
Tinha chegado o dia de tomar uma decisão. Recordava a conversa que tivera com o médico e o seu coração não poderia estar mais apertado.

“- Senhor João, lamento muito mas não podemos fazer muito mais.
 - Não posso crer doutor! Não me diga uma coisa dessas!
 - O seu filho está em estado puramente vegetativo. Não podemos fazer mais nada.
 - Não pode ser! Não pode ser!
 - Tenha calma. Neste momento vamos mantê-lo vivo. Dentro de um mês falamos.”

O mês tinha passado e chegara o dia de tomar uma decisão. Tinha passado todo este tempo em oração e não vira qualquer sinal de recuperação do seu filho. A dúvida e a dor permaneciam e interrogavam-lhe constantemente; manter ou não manter a vida?
Prolongar ou não prolongar o sofrimento do seu filho? Os seus pensamentos foram interrompidos pela chegada do médico.
- Então senhor João? Temos que conversar.
- Diga doutor, mas diga algo que me anime.
- Não posso! Não posso! Temos que tomar uma decisão. O seu filho está a sofrer e não vai sobreviver, ele está em puro estado vegetativo. Lamento, lamento muito! Mas aconselho a desligar as máquinas que o ligam à vida que já não é!
- Doutor parece-me que um destes dias lhe vi mexer um dedo da mão.
- Impossível! Por favor tem que ser realista. Não adianta e isto é o que de melhor pode fazer pelo seu filho. Acredite, ele agradece!
O choro compulsivo e forte apoderou-se de si. Olhou para uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e interrogou-a:
- E tu?! Porque não fazes nada!?
Em seguida olhou para as suas mãos que seguravam um terço, já tão seu companheiro e implorou;
- Meu Deus, ajuda-me!
O médico, emocionado voltou a insistir.
- Senhor João, não se desgaste mais. Não podemos fazer nada. É uma situação irreversível. Sei o que estou a dizer. É urgente para o seu filho e para si que mude a página. Já basta de sofrimento.
Olhou cheio de amor, fixamente para o seu filho e de novo para a imagem de Nossa Senhora de Fátima ao mesmo tempo que apertava o terço em suas mãos.
- Já tomei uma decisão!
O médico suspirou de alívio.
- Vamos então desligar?
- Nada disso! Não vou matar o meu filho! Entrego essa decisão nas mãos de Deus!
O médico, surpreendido e algo desiludido, respeitou a vontade do pai.

Cinco anos depois
“Testemunho de um pai feliz”.
Quanto me sinto feliz por ter tomado aquela decisão. Na hora em que apertava o terço foi o que senti que fez com que a tomasse. Duas semanas após a decisão, o meu filho começou a mexer os dedos, contrariando todas as previsões. De imediato começou a fisioterapia e hoje fala, já anda e faz uma vida normal. Faltam apenas pequenas correcções a alguns movimentos.
O meu filho é-me muito grato por lhe ter salvado a vida. O médico perguntou-me o que me fez tomar aquela milagrosa decisão pois resultou numa cura sem explicação. Eu respondi-lhe:
Naquele momento aceitei e entreguei tudo nas mãos de Deus, a partir daí a obra foi dele.
No entanto, nele eu confiei e comprovou-se todo o seu amor pois soube dar-me o discernimento para não tomar a decisão mais fácil e perceber que a vida é-nos oferecida e que sobre ela não temos qualquer poder.
Não escolhemos nascer. Não escolhemos morrer e nem sequer num simples cabelo branco que vem, temos qualquer tipo de decisão. A vida é um bem precioso e nela está contido o amor que o pai tem por nós. Acabar com a vida é matar o amor que o Pai tem por nós!

Conto criado por mim e baseado numa história real.


Paulo Gonçalves

PENICHE DATAS E TRADIÇÕES

Capitulo 7


A queda do regime ditatorial em 25 de Abril de 1974 deu origem à libertação dos presos políticos que ocupavam a cadeia. Esta libertação ocorreu em 27 de Abril desse mesmo ano.
Fonte de Investigação: Livro de Luís Correia Peixoto (100 Anos Através da Fotografia).


Paulo Gonçalves